Carlos A Silva Santos

A primavera cobriu o salão de chá
do branco e lilás das glicínias, semeou perfume e deu um ar de festa ao local,
uma celebração de louvor à exposição I’m your mirror.
Viajei pelas obras de arte a bordo da Lilicoptère,
e tu não apareceste no Ponto de encontro.
Repousei na Cama valium
dei asas ao pensamento e A todo o vapor circulei por
Finisterra. E também não te vi.
Eu era um Coração
independente
cavalgando, qual Mustang que galopa
desesperadamente na procura da sua Noiva que tardava.
Também não vieste ter comigo ao Pavillon de Thé,
sentei-me exausto no Sofá aspirina
e decidi oferecer o Solitário à sempre bela Marilyn
ali aparecida para visitar Serralves, homenagear Joana e manter
O mundo a seus pés. Vieste tarde, muito mais tarde,
narraste a história da Burqa que te aprisionou e nós
ouvimos-te atentos e compungidos,
era um novo fado de antigos prisioneiros do amor. Saímos para
celebrar Portugal a banhos, Europa fora.